domingo, 8 de dezembro de 2013

Colômbia dos sem fins II



        Outra experiência tive aqui na Colômbia. Conheci parte do oriente do estado de Antioquia cuja capital é Medellín. Cidades muito próximas, tão pequenas e acolhedoras: El Retiro, San Antonio de Pereira (que na verdade é um distrito pertencente à cidade de Rio Negro) e El Carmen de Viboral.
O tom colonial das cidadezinhas as torna charmosas e aconchegantes. As pessoas, ah! as pessoas... são tão amistosas, receptivas e cheias de calor humano. Não nego que me senti em casa, na Bahia.
Caminhava por El Retiro com um casal de colombianos, Carlos e Ana, quando um senhor, dono de um estabelecimento ímpar, nos viu e nos chamou. Os dois companheiros com quem  passeava, prontamente, me apresentaram e lhe disseram que eu era brasileiro e que estava
A casa de seu Carlos
conhecendo a região. Ele de imediato perguntou-me: - Como se diz bienvenido em português? Meu amigo e também estudante de português respondeu em uníssono comigo: bem-vindo. Carlos, assim se chamava o gentil homem, era xará do meu amigo, tomou uma caneta e um papel e anotou a palavra e a repetia sorridente para mim: - Bem-vindo, bem-vindo, bem-vindo. Muito simpático, nos apresentou o outro senhor que o acompanhava, Augusto, e nos convidou a conhecer o interior da casa. Era uma casa com uma fachada colonial, bonita e bem conservada. Quando entramos percebemos que era um sobrado à moda arquitetônica espanhola. Uma pracinha quadrada, pequenina e rodeada de cômodos divididos em dois pisos.
O senhor amavelmente nos mostrou um piano, aqui eles chamam de piano, mas era uma caixa de música... daquelas antigas.  Não sei como se chama, perdoem-me a minha ignorância, mas me recordo que nos filmes da sessão da tarde sempre aparecia uma, principalmente nas cenas que havia bares. As pessoas colocavam uma moeda e a caixa tocava uma música. Havia também, na casa de don Carlos, várias coisas antigas, mas o que o nobre cavalheiro vendia no seu pequeno negócio à frente de sua casa, era  mesmo guaro que é uma maneira carinhosa dos colombianos  nomearem a aguardente .
Quando já saíamos, disse-me: - Um gusto conocerle. Eu lhe respondi: - Em português dizemos: Foi um prazer conhecê-lo. Ele riu e respondeu com um sotaque agradável: - Obrigado.
Saímos contentes dessa recepção antioquenha tão singular. Como são parecidos os
Sacada de um sobrado em El Retiro
moradores de cidades pequenas. No meu país, aconteceria possivelmente o mesmo. Mas às vezes penso que aqui são mais calorosos, porque quando um colombiano sabe que sou brasileiro, vejo o brilho nos olhos dele. Pergunta-me sobre muitas coisas do Brasil inclusive a moda do momento: El mundial, ou seja, a copa do mundo. Como somos bem tratados no país do inesquecível Gabriel García Marquez, nuestro Gabo.

Caminhei, olhei as sacadas das casas coloniais e comi os saborosos postres (sobremesas) de San Antonio de Pereira. Em El Carmen de Viboral vi as velinhas, uma tradição colombiana quando, na véspera do dia 8 de dezembro, as acendem em homenagem à Imaculada Conceição.  Colômbia é pura festa. Música, muita comida, guaros e empanadas (pastel de batata e frango). Desfrutei gulosamente de um bolinho de milho, com cebola e sal frito: torta de choclo. As cores dos enfeites natalinos, a alegria das pessoas, tudo, tudo na
As crianças e a tradição das velinhas
Colômbia faz a gente querer bem, parafraseando meu conterrâneo Caetano Veloso. 

6 comentários:

  1. Denilson meu amigo professor de Português: Para você e todos os Brasileiros, bem-vindos a Antioquia, é um prazer ter a oportunidade de convidar a vocês a conhecer minha região.
    Um abraço, boa viagem... Lembranças de Ana Isabel e sua família.

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    1. Valeu, meu amigo Carlos.

      Um abraço a todos aí.

      Feliz natal e próspero Ano Novo.

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  2. Denilson:
    Lendo o blog com minha esposa Ana Isabel, ela lembrou que o nome do amigo do senhor Carlos não é Eugenio seu nome é Augusto...!!

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