O tom colonial das cidadezinhas as
torna charmosas e aconchegantes. As pessoas, ah! as pessoas... são tão
amistosas, receptivas e cheias de calor humano. Não nego que me senti em casa,
na Bahia.
Caminhava por El Retiro com um casal de colombianos, Carlos e Ana, quando um
senhor, dono de um estabelecimento ímpar, nos viu e nos chamou. Os dois companheiros
com quem passeava, prontamente, me
apresentaram e lhe disseram que eu era brasileiro e que estava
conhecendo a região.
Ele de imediato perguntou-me: - Como se diz bienvenido
em português? Meu amigo e também estudante de português respondeu em uníssono
comigo: bem-vindo. Carlos, assim se chamava o gentil homem, era xará do meu
amigo, tomou uma caneta e um papel e anotou a palavra e a repetia sorridente
para mim: - Bem-vindo, bem-vindo, bem-vindo. Muito simpático, nos apresentou o
outro senhor que o acompanhava, Augusto, e nos convidou a conhecer o interior
da casa. Era uma casa com uma fachada colonial, bonita e bem conservada. Quando
entramos percebemos que era um sobrado à moda arquitetônica espanhola. Uma
pracinha quadrada, pequenina e rodeada de cômodos divididos em dois pisos.
A casa de seu Carlos |
O senhor amavelmente nos mostrou um
piano, aqui eles chamam de piano, mas era uma caixa de música... daquelas
antigas. Não sei como se chama, perdoem-me
a minha ignorância, mas me recordo que nos filmes da sessão da tarde sempre aparecia
uma, principalmente nas cenas que havia bares. As pessoas colocavam uma moeda e
a caixa tocava uma música. Havia também, na casa de don Carlos, várias coisas antigas, mas o que o nobre cavalheiro
vendia no seu pequeno negócio à frente de sua casa, era mesmo guaro
que é uma maneira carinhosa dos colombianos
nomearem a aguardente .
Quando já saíamos, disse-me: - Um
gusto conocerle. Eu lhe respondi: - Em português dizemos: Foi um prazer conhecê-lo.
Ele riu e respondeu com um sotaque agradável: - Obrigado.
Saímos contentes dessa recepção antioquenha tão singular. Como são
parecidos os
moradores de cidades pequenas. No meu país, aconteceria possivelmente
o mesmo. Mas às vezes penso que aqui são mais calorosos, porque quando um
colombiano sabe que sou brasileiro, vejo o brilho nos olhos dele. Pergunta-me sobre
muitas coisas do Brasil inclusive a moda do momento: El mundial, ou seja, a copa do mundo. Como somos bem tratados no
país do inesquecível Gabriel García Marquez, nuestro Gabo.
Sacada de um sobrado em El Retiro |
Caminhei, olhei as sacadas das casas
coloniais e comi os saborosos postres
(sobremesas) de San Antonio de Pereira. Em El Carmen de Viboral vi as velinhas,
uma tradição colombiana quando, na véspera do dia 8 de dezembro, as acendem em
homenagem à Imaculada Conceição. Colômbia é pura festa. Música, muita comida, guaros e empanadas (pastel de batata e
frango). Desfrutei gulosamente de um bolinho de milho, com cebola e sal frito: torta
de choclo. As cores dos enfeites
natalinos, a alegria das pessoas, tudo, tudo na
Colômbia faz a gente querer
bem, parafraseando meu conterrâneo Caetano Veloso.
As crianças e a tradição das velinhas |
Adoreeeeei <3
ResponderExcluirBeijos e abraços, Nati.
ExcluirDenilson meu amigo professor de Português: Para você e todos os Brasileiros, bem-vindos a Antioquia, é um prazer ter a oportunidade de convidar a vocês a conhecer minha região.
ResponderExcluirUm abraço, boa viagem... Lembranças de Ana Isabel e sua família.
Valeu, meu amigo Carlos.
ExcluirUm abraço a todos aí.
Feliz natal e próspero Ano Novo.
Denilson:
ResponderExcluirLendo o blog com minha esposa Ana Isabel, ela lembrou que o nome do amigo do senhor Carlos não é Eugenio seu nome é Augusto...!!
Veleu, Carlos. Mudança feita.
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