Petróleo, bombas, manifestações e o que isso tem a ver comigo?
Nunca na história do Brasil as manifestações
populares tiveram tanta repercussão. Não é de agora que isso acontece
no país. Temos dois exemplos históricos: a revolta da vacina em 1914 e a
revolta da chibata liderada pelo Almirante Negro João Cândido em 1910. Sem
falar nas rebeliões negras e políticas, é claro, de toda nossa trajetória.
Desde junho deste ano, a população brasileira
está em evidência na mídia. Essa que, de maneira descaradamente reacionária,
chamam de “vândalos” os movimentos sociais. Do ponto de vista filosófico e
histórico, os vândalos esperavam a derrocada do império romano para invadi-lo.
Dessa ótica é compreensível fazer o vandalismo no Brasil, ou seja, mudar a
ordem vigente.
Além disso, hoje, dia 21 de outubro de 2013,
vejo daqui, do canto da sala da casa onde moro na Colômbia ‒ enquanto escrevo uma conferência sobre
Solano Trindade e Jorge Artel, poetas negros que usaram sua escrita a favor da
luta política e estética dos excluídos, especificamente os negros ‒, vejo pela
internet, ao vivo, a luta de petroleiros para salvar o que é do povo
brasileiro. O mais risível dessa situação é que o atual governo no PT levantou
bandeiras e fez “vandalismo” na época, que não tenho a menor saudade, de FHC e
sua “privataria” dos bens da nação brasileira.
Ora, como são repetíveis os fatos históricos,
Monteiro Lobato, Graciliano Ramos que já foram perseguidos por defender nossa
riqueza, o petróleo, agora são revividos em trabalhadores e trabalhadoras que
não querem ser mais vítima dessa selvageria capitalista. Ao contrario dos
escritores presos e seus livros apreendidos, a situação com o trabalhador, o estudante
e os membros dos movimentos sociais é mais violenta. Eles são presos, recebem bombas,
balas de borrachas e são classificados como bandidos para ludibriar a opinião pública.
Cuidado, o governo e a mídia são perigosos.
Quem nos salvará? Nós mesmos. Essa roda viva da
vida não para e nós seguiremos fazendo nossa história. O detalhe é estar atento
e fazer valer nossa voz. Todo apoio aos movimentos sociais. Avante, nenhum
passo atrás!