quarta-feira, 21 de maio de 2014

Yo soy NEGRO y mis Ancestros son mi sombra


África, la madre Ancestral
Por dolor vi los pies de mis antepasados
Ellos caminaban, tumbaban y resistían


Abuelos y abuelas, denme la palabra
El aliento de la mañana, la bendición de mis Orichas
Abuelitos, enséñenme el sendero de la libertad
Díganme cómo puedo llegar hasta el río profundo de Ochún
Quiero bañar mi alma, dejar el agua llevar mis dolores


Y la vida que sigue
Y la lucha cotidiana
El pan
El trabajo
El sol
Estoy sólo…


Oigo la voz, es el sonido del trueno que me habla:
—        Hijo, no desistas, tú tienes la sangre de Benkós Biojós, de Zumbi de los Palmares y de Luiza Mahí… Ellos son tus Ancestros también. Lucharon y vencieron, pues la urgencia de la vida les requería la liberación.


¡Ah!, sí, sí y aquí estoy
Veo a Changó en la grande roca


En verdad, no estoy sólo…
Negro soy y la sombra de mis ancestros me acompañan
Y la voz dentro de mí, la que viene de mis antepasados grita:

¡Yo soy NEGRO y mis Ancestros son mi sombra!

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Não é sonho, é racismo

Desperto deste sonho e luto

Estou de punhos armados

E enfrento a realidade nua, crua e violenta

Sou golpeado

Esta pancada  me fortalece

Não caio,

Nem tropeço

Pisoteio tua ignorância

Chuto tuas certezas dogmáticas

Tão repletas de estupidez

E sobre teu racismo, escarro

Esmurro, esbravejo, reajo

Não sou invisível


E isso te atormenta

terça-feira, 6 de maio de 2014

Aonde chegaremos com tanta violência?



Queria entender o que passa na cabeça de muita gente. Impossível, não? Vejo o Brasil mergulhado em incertezas, em problemas tão cruciais que alguns ainda não se deram conta. São mães parindo na calçada por falta de atendimento em hospitais e estes, os das clínicas, de muitas universidades públicas, funcionado de maneira caótica. A educação básica insuficiente. A mobilidade urbana das grandes cidades, não, essa nem imaginar!  A poluição que degrada os rios, as florestas e o ser humano. As populações indígenas com suas terras roubadas pelo agronegócio. Comunidades quilombolas oprimidas pela especulação imobiliária, perdendo o direito de morar onde sempre viveram desde o crime de lesa-humanidade, que foi a escravidão.


Sinceramente, são tantas coisas que as enumerações acima carecem de revisão, de acréscimo. Queria não pensar negativamente. Queria não perder a fé no ser humano, mas está difícil. Hoje é mais fácil fazer um ajuntamento e invadir a casa de uma vizinha, mãe, esposa, filha e linchá-la até a morte porque, através de um boato da internet, ela é a sequestradora de criança da cidade. E, diga-se de passagem, que a pobre mulher nunca foi acusada de nenhum crime, morreu sem defesa e inocente. É mais fácil promover a justiça com as próprias mãos, coisa tão bestial, que reunir-se em grupos, digo, a população em peso nas praças e reivindicar do poder público uma mudança drástica, quer dizer, mudar a direção do país.



Até quando vamos ver isso acontecer?   Meu medo é que naturalizemos esta violência. Isso será o fim da picada. Passarmos pelas ruas e ver cadáveres e pensar: “só mais um”. O brasileiro, ou melhor, a sociedade civil organizada precisa despertar, dar um basta antes que nos eliminemos uns aos outros ao velho estilo do coliseu romano. E se me permitem, queria pedir à sociedade duas coisas simples: um café quentinho e muita civilidade, por favor.