terça-feira, 21 de outubro de 2014

Neste segundo turno de 2014, é necessário tomar partido

Neste momento crítico, no cenário político brasileiro, devemos, mais do que nunca, tomar um partido. Sou filiado ao PSOL, tenho pensamentos que, até agora, são similares ao partido. Meu apoio à candidata Dilma neste segundo turno é um apoio de veto ao candidato Aécio, que para mim, bem como para muitas outras e outros, é um retrocesso nos avanços que tivemos nas áreas dos direitos humanos e sociais nos últimos 12 anos.
Este ódio ao PT, instaurado pelo setor conservador da sociedade brasileira e alimentado pela mídia oportunista e golpista, é sem sentido. Devemos, antes de tudo, fazer uma crítica séria ao governo da presidente Dilma. Essa balela que o PT inventou a corrupção só faz sentido na cabeça de gente mediana. A corrupção é humana e a solução também é humana.
Ora, se a corrupção é humana — e o sistema a alimenta ou vicia o indivíduo no erro e no pensamento de que se pode enriquecer com o dinheiro público—, cabe a nós, sociedade civil organizada, cobrar, participar, pressionar para eliminar o mal que nos atrasa como nação. Da mesma maneira, devemos romper com o ciclo vicioso da corrupção no nosso cotidiano, como por exemplo, comprar votos, receber favores de vereador tal, adulterar produtos, cortar fila, aceitar o troco errado e por aí vai.
Tenho críticas ao governo petista, mas que fique bem claro: faço crítica à esquerda. Os governos Lula e Dilma deveriam romper com o neoliberalismo de vez. Não permitir a política econômica herdada do sociólogo FHC. Deveria chamar o povo para fazer reformas sociais e políticas, ou melhor, uma revolução. Essa é uma das minhas críticas ao governo PT. Reconheço que em 500 anos de opressão colonial e de mentalidade colonizada que foi herdada dos europeus, nenhum outro governo fez avanços sociais tão importantes para o povo pobre brasileiro. Podemos mais, queremos mais e "Nada deve parecer impossível de mudar" (Bertolt Brecht) o governo PT deve se posicionar ao lado do povo e não dos banqueiros e das multinacionais.
Não tenho dúvida de que Aécio é retrocesso. Eu vivi nos anos 90, na minha adolescência, a política de fome de FHC e do PSDB. Sei o que é isso.

O PT no segundo mandato não mudará o Brasil do jeito que se deve: uma reforma social radical. Sei que Dilma não é o governo dos meus sonhos, mas Aécio é o meu pesadelo. Por isso, desde aqui da Colômbia, mesmo não podendo votar esse ano, eu apoio Dilma. E para finalizar, deixo o pensamento de Rosa de Luxemburgo: [Lutamos] “Por um mundo onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”.