Neste momento crítico,
no cenário político brasileiro, devemos, mais do que nunca, tomar um partido.
Sou filiado ao PSOL, tenho pensamentos que, até agora, são similares ao
partido. Meu apoio à candidata Dilma neste segundo turno é um apoio de veto ao
candidato Aécio, que para mim, bem como para muitas outras e outros, é um
retrocesso nos avanços que tivemos nas áreas dos direitos humanos e sociais nos
últimos 12 anos.
Este ódio ao PT,
instaurado pelo setor conservador da sociedade brasileira e alimentado pela
mídia oportunista e golpista, é sem sentido. Devemos, antes de tudo, fazer uma
crítica séria ao governo da presidente Dilma. Essa balela que o PT inventou a corrupção
só faz sentido na cabeça de gente mediana. A corrupção é humana e a solução também
é humana.
Ora, se a corrupção é
humana — e o sistema a alimenta ou vicia o indivíduo no erro e no pensamento de
que se pode enriquecer com o dinheiro público—, cabe a nós, sociedade civil
organizada, cobrar, participar, pressionar para eliminar o mal que nos atrasa
como nação. Da mesma maneira, devemos romper com o ciclo vicioso da corrupção
no nosso cotidiano, como por exemplo, comprar votos, receber favores de
vereador tal, adulterar produtos, cortar fila, aceitar o troco errado e por aí
vai.
Tenho críticas ao
governo petista, mas que fique bem claro: faço crítica à esquerda. Os governos
Lula e Dilma deveriam romper com o neoliberalismo de vez. Não permitir a política
econômica herdada do sociólogo FHC. Deveria chamar o povo para fazer reformas sociais
e políticas, ou melhor, uma revolução. Essa é uma das minhas críticas ao governo
PT. Reconheço que em 500 anos de opressão colonial e de mentalidade colonizada
que foi herdada dos europeus, nenhum outro governo fez avanços sociais tão
importantes para o povo pobre brasileiro. Podemos mais, queremos mais e
"Nada deve parecer impossível de mudar" (Bertolt Brecht) o governo PT
deve se posicionar ao lado do povo e não dos banqueiros e das multinacionais.
Não tenho dúvida de que
Aécio é retrocesso. Eu vivi nos anos 90, na minha adolescência, a política de
fome de FHC e do PSDB. Sei o que é isso.
O PT no segundo mandato
não mudará o Brasil do jeito que se deve: uma reforma social radical. Sei que Dilma
não é o governo dos meus sonhos, mas Aécio é o meu pesadelo. Por isso, desde
aqui da Colômbia, mesmo não podendo votar esse ano, eu apoio Dilma. E para
finalizar, deixo o pensamento de Rosa de Luxemburgo: [Lutamos] “Por um mundo
onde sejamos socialmente iguais, humanamente diferentes e totalmente livres”.