segunda-feira, 13 de maio de 2013

Um outro cânone


Um outro cânone

Dado um modelo de arte. Desse modelo se formará uma tradição. Dessa tradição só será permitida autores e obras estabelecida por um cânone. É aqui que começa a exclusão. Somos uma civilização forjada pela tradição greco-romana.
Esse tal cânone literário – formado por um ideário do homem, branco, ocidental – é a máxima expressão da negação do outro.
É preciso outra via. Eu já sei. Eu já a conheço.
Sou a favor de griotismo literário. Essas poucas regras ocidentais não dão conta de minha história. Sou herdeiro de África. Trago a voz de meus antepassados. Sou neto de Griots e filho de contadores de história do sertão brasileiro.
Impossível não desconstruir os pilares de uma teoria da literatura que exclui. Quero a negralização das letras. Sou irmão de luta de uma literatura indígena, a verdadeiramente autóctone.
Se isso é utópico, comungo com Eduardo Galeano: “A utopia está lá no horizonte. Me aproximo (sic) dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”.
Assim sigo esse caminho, assim refaço o que tentam tirar de nós.

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