Sobre exploração ou esse Brasil que precisa acordar
Essa semana, na
aula do doutorado, o professor, ao fazer uma crítica a um fragmento do livro de Georges Bataille – “O Erotismo”,
afirmou: “O tema desse texto é que o excesso de trabalho prejudica o desempenho
sexual do ser humano. O autor escreveu o livro em sua época com este
pensamento. Hoje quem afirmaria isso?. Quem atacaria o capitalismo dessa forma?.
Ele foi intensamente ideológico”
Essa afirmação
me incomodou até porque ainda hoje não há diferença. É perceptível a exploração do homem pelo homem. Do endeusamento
do capital em detrimento da dignidade humana. As estruturas do capital e da
burguesia se valem de uma lógica: “A condição essencial da existência e da supremacia
da classe burguesa é a acumulação de riquezas nas mãos de particulares, a formação
e o crescimento do capital a condição de existência do capital é o trabalho
assalariado” (Karl Marx e Frederico Engels, O manifesto comunista, p.27).
A exploração do
trabalhador; as horas excessivas de trabalho; ou a falta dele por conta de um
sistema brutal que exclui e marginaliza o humano não podem ser reduzidas a uma
ideia de que estamos na “pós-modernidade” e não existe mais a luta de classe. Pode-se
ver que o trabalho escraviza as pessoas, pois a exploração do trabalhador
enriquece o patrão.
Muito oportuno é
o filme “Quanto vale ou é por quilo” (em http://www.youtube.com/watch?v=fZhaZdCqrHg).
Ao assistir a este filme, você pode refletir sobre um Brasil que no seu
histórico está a exploração e apropriação da máquina do Estado para legitimar
uma classe dominante. O povo, sobretudo, o negro sempre foi vítima deste
sistema, quando não como escravo o é como bucha de canhão para “matar” o seu
igual.
Como não pensar
nisso? É a realidade que nos cerca. Não é possível estarmos nos gabinetes de
estudo, nas bibliotecas enquanto o país se deteriora. É necessário refletir
nosso entorno, reorganizá-lo. Pensar que não tem jeito é muito mais cômodo e
fácil, pois esse é o discurso a classe dominante introjetou em nós para que
suas ações dominantes não sejam questionadas.
Citação:
Marx, K. & Engels, F. O manifesto comunista. Versão www.jahr.org
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