Por
uma nação descolonizada
Na
tarde dessa quarta-feira dia 27 de junho de 2012. Naquele momento em que estava
estudando, dessa vez me dedicava a entender Borges e sua magnífica ficção,
quando, num momento de descanso, entrei no sítio da bol, para ver meu e-mail e
uma notícia me chamou a atenção: Jovem
conta como encontrou menina desaparecida em SP. O jovem Alex Ramos de
Carvalho havia encontrado uma garotinha que fora seqüestrada de sua mãe em um
culto evangélico.
Para
além de ato de heroísmo, uma coisa me chamou a atenção e me comoveu
profundamente. O jovem de 17 anos é analfabeto e nos relata com suas palavras “
(...) trabalho como repositor de estoque numa
bomboniere. É meu segundo emprego. O primeiro foi de camelô, na 25 de março.
Mas cansei de correr do "rapa" (batidas policiais)”.
Isso me fez pensar em um texto que nos tira do
chão e nos dá um soco no estômago, o livro de Aimé Cesaire, Discurso sobre el colonialismo. A partir
dessa obra, penso num Brasil que ainda permite jovens serem analfabetos.
Certamente a história de vida desse moço é recheada de negação de oportunidades.
Como já diz o velho Cesaire: “Uma
civilização que escolhe fechar os olhos ante seus problemas mais
cruciais é uma civilização ferida” (p.13).
Sem dúvida, o Brasil é uma nação ferida, moribunda,
incapaz de resolver seus problemas que dificultam seu funcionamento. Digo isso
do ponto de vista social, daquilo que é essencial: a vida. Jovens que não leem,
estão fadados a opressão. Uma nação que nega educação, saúde e trabalho a seus
filhos é uma nação decadente.
Como ressonância dessa visão colonizadora e
expropriadora que o governo e a elite do Brasil têm, vemos propaganda de copa
do mundo, olimpíada do Rio de Janeiro e outras corrupções nos setores públicos.
O cidadão que luta para sobreviver, pensa como o jovem herói Alex: “Às vezes,
fico pensando na vida, vem tudo, o serviço, minha mãe, esse negócio da
alfabetização, caramba, tudo numa pessoa só, foda”
De fato, precisamos como nação brasileira romper
as cadeias da ignorância. Não permitir que nosso povo fique na senda ofuscada
do analfabetismo. Isso é estar vulnerável e fadado à dominação. Mais do que
nunca precisamos refletir e agir contra isso: a colonização e expropriação de
nossa gente por aqueles que estão no poder ou detêm o poder financeiro.
Denilson Lima Santos, Pereira-Risaralda, Colombia
Referencias:
CESERE,
Aimé. Discurso sobre el colonialismo. In: http://www.mediafire.com/?jdjj2ymyimm. Acesso em 26
de jul de 2011.
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